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1º filme de sempre: Cavalo em Movimento

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1º filme de sempre: Cavalo em Movimento

by Eduardo Aranha

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Quando falámos de artes é extremamente difícil dizer com exatidão quando é que algo começa ou termina. Correntes que nasceram há séculos atrás ainda vivem, quer sob a forma de reinterpretações, quer como referência para outros trabalhos que se seguiram. Como tal, embora os irmãos Lumiére sejam frequentemente adjetivados como ‘os pais do cinema’, a verdade é que já existiam bases para que as suas projeções fossem possíveis.

Uma dessas inspirações iniciais foi protagonizada por Eadweard Muybridge, o inventor do Zoopraxiscópio (similar ao Zootrópio), um dispositivo giratório que permite simular a ideia de imagens em movimento: uma espécie de GIF dos tempos antigos. Atentemos nas imagens seguintes, por exemplo, que correspondem a trabalhos deste inventor.

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Com trabalho inicialmente ligado ao universo da fotografia, o britânico é conhecido por fotografar imagens que enaltecem o Oeste do território norte-americano. A sua reputação fez com que conhecesse Leland Stanford, antigo governador do estado da Califórnia, que quis provar que todos os cascos do cavalo saem do chão ao mesmo tempo quando este entra em galope. Para tirar as teimas, o governador convidou o fotógrafo a capturar uma corrida.

 

Cavalo em Movimento: muito antes dos Lumiére já havia filmes

A experiência foi bem-sucedida e provou que, de facto, o governador estava certo. Pouco tempo depois, já em 1877, Eadweard Muybridge foi convidado a alargar o projeto. Desta vez, a ideia passava por captar uma parte maior da corrida, fotografando várias imagens seguidas. O resultado final surgiu em 1878 e mostrava um cavalo em movimento, numa sequência de 8 segundos. A obra Cavalo em Movimento (1878) é considerado o 1º filme de sempre e pode ver agora aqui em baixo:

As fotografias tiradas por Eadweard Muybridge estão hoje na Universidade de Stanford e são documentos essenciais na história do cinema. Todavia em 1882 a relação entre o governador e o fotógrafo terminou mal, uma vez que a Stanford decidiu publicar um livro onde omite algumas fotografias, dando em destaque a desenhos. Nessa publicação, Eadweard Muybridge quase não é referido. O artista faleceu em 1904, sendo muitas vezes referido na cultura pop pela invenção do Zoopraxiscópio e também por ter cometido o assassinato de Harry Larkins (amante da mulher) em 1874.

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