Home / Cinema /

E quando os filmes são melhores que os livros?

livros

E quando os filmes são melhores que os livros?

by Eduardo Aranha

Share this article

     

Quantas vezes se envolveram numa discussão com um amigo para tentar perceber qual dos dois é o melhor: o livro ou filme? Este é um dos debates clássicos da cultura contemporânea. Com a adaptação cinematográfica de tantos livros o debate mantém-se vivo e, de ano para ano, ganha novo fôlego. A tarefa dos realizadores e argumentistas não é fácil. Mesmo que tentem igualar em qualidade a história dos livros por vezes o filme fica muito aquém do esperado.

No entanto, e quando o oposto acontece? Por norma, assumimos como regra que os livros são sempre melhores que os filmes – quer por incluírem cenas que são cortadas da película, quer por explicarem detalhes que as imagens e os diálogos não conseguem – mas volta e meia há exceções à regra.

Neste post, falamos de filmes que, na verdade, conseguiram contar melhor a história do que os livros. Para elaborarmos esta lista avaliamos uma série de parâmetros, como a qualidade visual e cinematográfica da película mas também a coerência da história e se se manteve fiel à versão contada no livro.

7 filmes que são melhores do que os livros

Fight Club

fightclub

Para grande surpresa dos fãs do filme Fight Club, existe de facto um livro homónimo do autor Chuck Palahniuk. Trata-se de uma leitura fácil, visto que o livro é muito curtinho. É exatamente este limite de páginas que joga contra a história, uma vez que o desenvolvimento das personagens e a relação entre Tyler Durden e Marla Singer é pouco aprofundada. O mesmo não acontece com o filme de David Fincher que, como usual, explora cuidadosamente a história e as personagens para que o público as perceba. E, claro, as atuações de Brad Pitt e Edward Norton contribuíram imenso para tornar as personagens mais reais, sensação que não sentimos de forma tão clara a partir das palavras do autor.

The Shining

the shining

The Shinning foi um dos primeiros grandes sucessos de Stephen King e, sem dúvida, um marco na carreira do escritor norte-americano. Sem querer ferir a suscetibilidade dos fãs, são muitos os que dizem que o livro é incapaz de superar o filme. Isto deve-se sobretudo à genialidade de Stanley Kubrick, combinada com a interpretação soberba de Jack Nicholson como Jack Torrance. Entre as cenas mais emblemáticas destaca-se a chuva de sangue no elevador e o carrinho com as meninas gêmeas. Toques de que tornam a obra emblemática e que vão muito além da história da família isolada que decide ficar num hotel assombrado.

O Senhor dos Anéis

senhor dos aneis

A obra de J.R.R. Tolkien foi um sucesso absoluto, tanto no Reino Unido como a nível internacional. Os livros, reimpressos várias vezes e traduzidos para mais de 40 línguas, já constituem mais de 160 milhões de exemplares por todo o mundo. O esforço de Tolkien em criar um universo tão completo e a mestria com que contou a história são de aplaudir. Ainda assim, há quem se queixe da extensão de alguns capítulos… e dos livros serem aborrecidos.

Mantendo-se fiel à trilogia literária, Peter Jackson mergulhou de cabeça no universo mítico de Tolkien. Os efeitos visuais e as cenas de batalha nos filmes de O Senhor dos Anéis vão além de qualquer coisa que os leitores alguma vez possam ter imaginado. No fundo, quase todos os fãs da trilogia literária ficaram satisfeitos… à exceção da família Tolkien que acusa o realizador de ter criado uma história comercial que se afasta da original.

 

Tubarão

tubarao

O Tubarão foi primeiro livro de Peter Benchley. Mas prepare-se agora para o choque: no livro o tubarão não é o monstro mortífero da história, mas sim a distração para o drama vivido pelas personagens. O clássico do cinema, realizado por Steven Spielberg, dá ao Tubarão o verdadeiro terror pelo qual é conhecido. Tal sentimento, no entanto, nunca foi percetível no livro. Um facto engraçado é que o autor ajudou Spielberg a adaptar o livro para o grande ecrã e concordou com todas as mudanças que foram feitas.

O Padrinho

padrinho

A opinião está longe de ser consensual, mas são muitos os que acham que foi no cinema que O Padrinho atingiu o seu expoente máximo. A genialidade de Mario Puzo e o enredo criado em torno da família Corleone tem todo o mérito e já valia por si só mesmo antes da estreia cinematográfica. Mesmo assim, o passo para as grandes salas de cinema usou a força da imagem para potenciar o valor da história. Para que tal fosse possível, não há como ignorar o trabalho do realizador, Francis Ford Coppola ou de atores como Marlon Brando e Al Pacino.

Psycho

psycho

O livro Psycho de Robert Bloch foi um excelente ponto de partida para o realizador Hitchcock. No entanto, a semelhança fica-se maioritariamente pelo título. O britânico Alfred Hitchcock fez de Psycho um dos maiores filmes de terror da história do cinema. Após aproveitar o que de melhor encontrou no livro de Robert Bloch, o realizador executou um filme onde o assassino tem maior densidade psicológica do que a personagem do livro. E não vamos esquecer a cena do chuveiro que, além de ser icónica, revolucionou a forma como se faz filmes.

Trainspotting

Trainspotting

Lançado em 1993, o livro Trainspotting marcou a estreia do autor escocês Irvine Welsh. Ao longo das páginas acompanhamos a história de um grupo de amigos ao qual pertence um jovem que vive na cidade de Edimburgo e que luta contra o vício pela heroína. Porém, esta não é uma tarefa fácil, uma vez que os seus amigos o arrastam de novo para o mundo das drogas. O filme Trainspotting, realizado por Danny Boyle, foi um sucesso e trouxe fama ao livro. A película retrata o universo clubber dos anos 90 de forma exímia, sem medo de tocar e mostrar uma realidade decadente.

Para conhecer as nossas opiniões sobre livros e encontrar conteúdos exclusivos sobre o mundo da literatura, recomendamos uma visita ao blog Mundo de Livros.

POSTS RELACIONADOS

Share this article

Comments

  • Luan Miguel Faria
    20 May, 2016

    Discordo em Senhor Dos Anéis, já li o livro varias vezes e assisti a os filmes muitas vezes mais, e percebi o quanto foi falha a historia do filme, muitas cenas, personagens, entre outros, foram cortados ou disfigurados, alem disso o filme volta-se principalmente para açao, nao para a historia.

Leave a comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *