E quando os filmes são melhores que os livros?
Quantas vezes se envolveram numa discussão com um amigo para tentar perceber qual dos dois é o melhor: o livro ou filme? Este é um dos debates clássicos da cultura contemporânea. Com a adaptação cinematográfica de tantos livros o debate mantém-se vivo e, de ano para ano, ganha novo fôlego. A tarefa dos realizadores e argumentistas não é fácil. Mesmo que tentem igualar em qualidade a história dos livros por vezes o filme fica muito aquém do esperado.
No entanto, e quando o oposto acontece? Por norma, assumimos como regra que os livros são sempre melhores que os filmes – quer por incluírem cenas que são cortadas da película, quer por explicarem detalhes que as imagens e os diálogos não conseguem – mas volta e meia há exceções à regra.
Neste post, falamos de filmes que, na verdade, conseguiram contar melhor a história do que os livros. Para elaborarmos esta lista avaliamos uma série de parâmetros, como a qualidade visual e cinematográfica da película mas também a coerência da história e se se manteve fiel à versão contada no livro.
7 filmes que são melhores do que os livros
Fight Club
Para grande surpresa dos fãs do filme Fight Club, existe de facto um livro homónimo do autor Chuck Palahniuk. Trata-se de uma leitura fácil, visto que o livro é muito curtinho. É exatamente este limite de páginas que joga contra a história, uma vez que o desenvolvimento das personagens e a relação entre Tyler Durden e Marla Singer é pouco aprofundada. O mesmo não acontece com o filme de David Fincher que, como usual, explora cuidadosamente a história e as personagens para que o público as perceba. E, claro, as atuações de Brad Pitt e Edward Norton contribuíram imenso para tornar as personagens mais reais, sensação que não sentimos de forma tão clara a partir das palavras do autor.
The Shining
The Shinning foi um dos primeiros grandes sucessos de Stephen King e, sem dúvida, um marco na carreira do escritor norte-americano. Sem querer ferir a suscetibilidade dos fãs, são muitos os que dizem que o livro é incapaz de superar o filme. Isto deve-se sobretudo à genialidade de Stanley Kubrick, combinada com a interpretação soberba de Jack Nicholson como Jack Torrance. Entre as cenas mais emblemáticas destaca-se a chuva de sangue no elevador e o carrinho com as meninas gêmeas. Toques de que tornam a obra emblemática e que vão muito além da história da família isolada que decide ficar num hotel assombrado.
O Senhor dos Anéis
A obra de J.R.R. Tolkien foi um sucesso absoluto, tanto no Reino Unido como a nível internacional. Os livros, reimpressos várias vezes e traduzidos para mais de 40 línguas, já constituem mais de 160 milhões de exemplares por todo o mundo. O esforço de Tolkien em criar um universo tão completo e a mestria com que contou a história são de aplaudir. Ainda assim, há quem se queixe da extensão de alguns capítulos… e dos livros serem aborrecidos.
Mantendo-se fiel à trilogia literária, Peter Jackson mergulhou de cabeça no universo mítico de Tolkien. Os efeitos visuais e as cenas de batalha nos filmes de O Senhor dos Anéis vão além de qualquer coisa que os leitores alguma vez possam ter imaginado. No fundo, quase todos os fãs da trilogia literária ficaram satisfeitos… à exceção da família Tolkien que acusa o realizador de ter criado uma história comercial que se afasta da original.
Tubarão
O Tubarão foi primeiro livro de Peter Benchley. Mas prepare-se agora para o choque: no livro o tubarão não é o monstro mortífero da história, mas sim a distração para o drama vivido pelas personagens. O clássico do cinema, realizado por Steven Spielberg, dá ao Tubarão o verdadeiro terror pelo qual é conhecido. Tal sentimento, no entanto, nunca foi percetível no livro. Um facto engraçado é que o autor ajudou Spielberg a adaptar o livro para o grande ecrã e concordou com todas as mudanças que foram feitas.
O Padrinho
A opinião está longe de ser consensual, mas são muitos os que acham que foi no cinema que O Padrinho atingiu o seu expoente máximo. A genialidade de Mario Puzo e o enredo criado em torno da família Corleone tem todo o mérito e já valia por si só mesmo antes da estreia cinematográfica. Mesmo assim, o passo para as grandes salas de cinema usou a força da imagem para potenciar o valor da história. Para que tal fosse possível, não há como ignorar o trabalho do realizador, Francis Ford Coppola ou de atores como Marlon Brando e Al Pacino.
Psycho
O livro Psycho de Robert Bloch foi um excelente ponto de partida para o realizador Hitchcock. No entanto, a semelhança fica-se maioritariamente pelo título. O britânico Alfred Hitchcock fez de Psycho um dos maiores filmes de terror da história do cinema. Após aproveitar o que de melhor encontrou no livro de Robert Bloch, o realizador executou um filme onde o assassino tem maior densidade psicológica do que a personagem do livro. E não vamos esquecer a cena do chuveiro que, além de ser icónica, revolucionou a forma como se faz filmes.
Trainspotting
Lançado em 1993, o livro Trainspotting marcou a estreia do autor escocês Irvine Welsh. Ao longo das páginas acompanhamos a história de um grupo de amigos ao qual pertence um jovem que vive na cidade de Edimburgo e que luta contra o vício pela heroína. Porém, esta não é uma tarefa fácil, uma vez que os seus amigos o arrastam de novo para o mundo das drogas. O filme Trainspotting, realizado por Danny Boyle, foi um sucesso e trouxe fama ao livro. A película retrata o universo clubber dos anos 90 de forma exímia, sem medo de tocar e mostrar uma realidade decadente.
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Discordo em Senhor Dos Anéis, já li o livro varias vezes e assisti a os filmes muitas vezes mais, e percebi o quanto foi falha a historia do filme, muitas cenas, personagens, entre outros, foram cortados ou disfigurados, alem disso o filme volta-se principalmente para açao, nao para a historia.