Ocean’s Eleven, 20 anos depois
Revisitar este filme 20 anos depois vem apenas confirmar aquela que foi a impressão inicial: é uma obra bem executada a todos os níveis e que garante entretenimento ao espectador. E sim, o Ocean’s Eleven foi lançado há já 20 anos, tendo chegado aos cinemas em finais de 2001.
Este filme de que falamos é na verdade um remake de um título de 1960 com o mesmo nome, realizado por Lewis Milestone (que tem dois Óscares de Melhor Realizador por Two Arabian Knights e All Quiet on the Western Front) e protagonizado por Frank Sinatra, Dean Martin e outros membros do famoso Rat Pack.
Esta versão mais moderna ficou a cargo de Steven Soderbergh, o norte americano que na altura já se havia afirmado como um realizador de sucesso. É importante relembrar que Soderbergh ganhou a Palma de Ouro no renomeado Festival de Cannes com apenas 26 anos e com a sua primeira longa-metragem Sex, Lies, and Videotape.
A obra reuniu um elenco de sonho, com cinco das maiores figuras da indústria cinematográfica da altura e talvez de sempre: George Clooney, Matt Damon, Brad Pitt, Andy Garcia e Julia Roberts. Com tanto talento da representação junto, havia uma grande pressão para que Ocean’s Eleven fosse um sucesso de bilheteira.
E foi o que acabou por acontecer. Com um orçamento de cerca de 85 milhões de dólares, o título haveria de arrecadar um total de 450 milhões de dólares em receita de bilheteira em todo o mundo (sendo que só nos Estados Unidos foram mais de 183 milhões).
Ocean’s Eleven dá-nos logo nos seus primeiros momentos uma das mais icónicas cenas de poker da história do cinema, em que nos é mostrada na perfeição a dinâmica entre Rusty Ryan (Brad Pitt) e Danny Ocean (George Clooney), logo depois do primeiro acabar de ensinar as regras gerais a um conjunto de celebridades que se está a iniciar neste jogo.
Este é também o momento do reencontro entre os dois velhos companheiros, logo depois de Ocean ter saído da prisão em liberdade condicional, já com ganas de arquitetar um novo golpe. Foi esse o mote inicial escolhido para nos mostrar a realidade das personagens e dar suporte ao fio condutor da obra.
Eles começam então a delinear um plano para assaltar três grandes casinos ao mesmo tempo. Para executar esse esquema que lhes poderá render centenas de milhões de dólares, o duo recruta outros oito velhos conhecidos, cada um com a sua especialidade de crime e com um papel bem definido.
A partir daqui somos confrontados com vários detalhes e enredos secundários que acabam por enriquecer a narrativa e prender a atenção do espectador. Um desses detalhes é o facto de descobrirmos que Danny Ocean escolheu aquele golpe específico para roubar o atual marido da sua ex-companheira.
O início de uma saga icónica de Hollywood
O remake de Soderbergh acabou por ser o início da saga Ocean’s. De 2001 a 2007 foram então produzidos e lançados três filmes: Ocean’s Eleven (2001), Ocean’s Twelve (2004), e, claro, Ocean’s Thirteen (2007). Para além dos nomes mais sonantes do elenco inicial, os títulos subsequentes contaram com a participação de outros atores de renome mundial, como o caso de Catherine Zeta-Jones, Vincent Cassel, Al Pacino e Casey Affleck.
Apesar dessa trilogia não ter propriamente caído nas graças da crítica mais exigente, o seu sucesso comercial foi enorme e acabou por ser um filme bastante consensual entre o público.
Este conceito de um grande golpe criminoso que necessita de vários intervenientes e das suas habilidades (intervenientes esses que têm necessariamente diferentes personalidades e motivações) para ser executado na perfeição acabou por ser uma fórmula ganhadora no cinema.
Não há uma grande complexidade nem magia em nenhuma das três produções, mas também não é necessária. É uma saga simples, altamente competente, fácil de digerir, divertida e que ainda por cima é protagonizada pelas caras mais famosas (e talentosas, claro) de Hollywood. E assim não há como ser uma desilusão.