Charles Chaplin, mais conhecido pelo nome artístico de Charlie Chaplin, continua em pleno século XXI a ser recordado como o mítico rei da comédia e o imortal mestre do burlesco. Nascido em Londres, em 1889, contou com uma vida longa e dedicada ao cinema, onde participou no mais variado tipo de filmes. Presente nos dias do cinema mudo, onde se demarcou pela belíssima execução da mímica, o artista britânico acompanhou a fase de transição para o cinema a som e não se deixou ficar para trás.
Entretanto, mesmo que melhor o conheçamos do ecrã, onde interpretou personagens icónicas que nos fizeram rir e chorar, Charlie Chaplin foi também realizador, produtor, escritor, empresário, dançarino e até mesmo músico. Uma carreira em tanto! É mais do que normal que, ao olharmos para a sua longa filmografia, tenha sido difícil eleger apenas 5 filmes que representem a sua carreira e talento.
Recordamos neste post, obras imortais como Tempos Modernos, O Grande Ditador, A Quimera do Ouro, a comédia negra O Barba Azul e ainda Opinião Pública, o primeiro filme dramático de Chaplin e uma das maiores obras do cinema mudo.
O filme A Woman of Paris, traduzido em Portugal para Opinião Pública, foi realizado em 1923 e tece uma crítica mordaz à alta sociedade francesa. Para a carreira de Charlie Chaplin é um marco, uma vez que significa a sua estreia no género drama. Ao contrário dos seus mais conhecidos filmes , Chaplin entra para interpretar apenas um papel secundário. Ainda assim, com o tempo esta provou ser uma uma das maiores obras do cinema mudo. Em Portugal, Opinião Pública estreou comercialmente no dia 25 de Janeiro de 1926, no Cinema Tivoli.
Passamos para Modern Times, em Portugal chamado de Tempos Modernos, que foi realizado em 1936 e mostra a luta entre as máquinas e o homem, na busca do seu caminho para a felicidade. A personagem principal, o Vagabundo, é interpretada por Charlie Chaplin. Ao longo do filme, a personagem procura ganhar a vida numa fábrica e vai vivendo uma série de peripécias que o conduzem várias vezes à prisão, mas que também o levam até a uma jovem rapariga, cujo pai foi morto numa greve, e por quem ele se apaixona. Este clássico estreou no Cinema S. Luís em 1937 e foi reposto em 1972, no Cinema Monumental.
O título deste filme e o facto de ter sido realizado em 1940 lança de imediato algumas luzes sobre aquilo que poderá retratar: o fascismo e a figura de Hitler. Neste ano, a guerra já devastava a Europa e os Estados Unidos – onde o filme foi produzido – ainda se mantinha neutral. De forma satírica, O Grande Ditador traça um retrato da vida nos guetos e ridiculariza a própria figura do mais temível ditador da história do século XX. O filme estreou em Portugal em 1945 no Cinema Tivoli e foi reposto, em 1974, no Cinema Monumental.
The Gold Rush, intitulado em Portugal de A Quimera de Ouro, foi realizado em 1925 e, pelas palavras do próprio Chaplin, é “filme pelo qual gostaria de ser recordado”. É uma das maiores comédias do ator e também um dos 100 melhores filmes americanos, segundo o American Film Institute. Em A Quimera do Ouro, a personagem do Vagabundo vai à procura de fortuna no Yukon e atravessa momentos difíceis que se transformam, como sempre, em episódios de bom humor. O filme estreou em 1927 no Cinema Tivoli e foi reposto, em 1961, no Cinema São João, no Porto.
Em 1947 é realizado Mounsier Verdoux, que em Portugal é conhecido como O Barba Azul. Esta é uma crónica negra sobre os negócios de um tal Henri Verdoux, que seduz velhas solteironas e dá golpes de baú de forma a sustentar a sua amada inválida. O Barba Azul estreou em 1947 em Portugal, no Cinema Tivoli, e foi reposto, em 1976, no Cinema Império.