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11 Filmes para recordar o atentado do 11 de setembro

11 Filmes para recordar o atentado do 11 de setembro

by Eduardo Aranha

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11 de setembro de 2001. Em Nova Iorque, está tudo preparado para mais um dia de trabalho. A cidade agita-se no habitual frenesim matinal: pessoas a sair para o emprego, ferry boats a fazer a travessia entre Brooklyn e Manhattan, metros lotados. Nada diria que numa questão de minutos a maior tragédia deste milénio se sucederia nos arranha-céus da cidade. Os relógios apontavam as 8:46 quando um avião da American Airlines atinge uma das torres do World Trade Center, também conhecido como Torres Gémeas.

O choque e terror foram imediatos. Do que se tratava aquele embate? Um mero acidente? Menos de 20 minutos depois, às 9h03, um segundo avião atingiu a Torre Sul, comprovando que aquele era um ataque terrorista organizado. Até às 10h30, as duas torres desmoronaram, instalando a desordem e pânico não só nos Estados Unidos mas pelo mundo fora. Ao todo, morreram quase 3 mil pessoas – vítimas que ficaram encurraladas dentro dos arranha-céus, bombeiros e polícias que as tentaram socorrer.

Entretanto, o Pentágono – centro das forças militares norte-americanas – foi também atingido por um terceiro avião. Um quarto voo, conhecido como Voo 93 da United Airlines, despenhou-se numa área rural na Pensilvânia. De acordo com os registos da caixa negra, acredita-se que tal voo se destinasse à Casa Branca ou ao Capitólio. Neste último episódio, os passageiros intervieram e combateram os sequestradores para evitar que um desastre maior acontecesse.

Nos meses que se seguiram, os acontecimentos do 11 de setembro encadearam uma série de ações por parte dos Estados Unidos, nomeadamente a invasão do Afeganistão e Iraque. Alerta, as autoridades reforçaram as medidas de segurança enquanto os cidadãos procuravam retomar as suas vidas.

Neste post, recordamos o atentado apontando 11 filmes que demonstram o que aconteceu antes, durante e após o dia fatídico em que o terrorismo lançou uma sombra sobre o mundo.

11’09”01 – 11 Perspetivas (2003)

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O filme 11’09’01 é o resultado colaborativo de 11 realizadores que, em 2003, aceitaram o desafio de retratar a queda das Torres Gémeas segundo diferentes perspetivas. Os cineastas convidados são todos de nacionalidades diferentes, e entre eles estão nomes tão sonantes como o norte-americano Sean Penn e o mexicano, autor de Birdman, Alejandro González Inãrritu. A eles juntaram-se Samira Makhmalbaf (Irão), Claude Lelouch (França), Youssef Chahine (Egito), Danis Tanovic (Bósnia-Herzegovina), Idrissa Ouedraogo (Burkina Faso), Kina Loach (Reino Unido), Amos Gitaï (Israel), Shohei Imamura (Japão).

Independentemente da perspetiva ou do lugar em que cada ação se passa, Nova Iorque ocupa sempre uma posição central na narrativa. O objetivo das 11 curtas é mostrar como a tragédia não afetou apenas os Estados Unidos da América, evidenciando repercussões à escala global. Foi precisamente essa visão globalizada do mundo que mais elogios recebeu: 11’09’11 venceu o Prémio da UNESCO no Festival Internacional de Veneza, sendo que a curta assinada pelo britânico Ken Loach valeu-lhe o Prémio da Critica Internacional (FIPRESCI) para Melhor Curta-Metragem. A paixão transposta para o ecrã de forma crua e a visão revolucionária mereceram aplausos de pé.

Twin Towers (2003)

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É importante não esquecer que entre as vítimas do 11 de setembro muitos dos que morreram eram bombeiros e polícias. Entre os esquadrões que tentaram socorrer as vítimas encurraladas dentro das Torres Gémeas encontravam-se dois irmãos: um deles era polícia, o outro era bombeiro. Preparados para enfrentar o terror, avançaram entre os escombros e nenhum deles regressou.

O documentário Twin Towers é um pequeno documentário, dirigido por Bull Guttentag e Robert David Port, que tem como enfoque as ações destes dois irmãos durante a missão de socorro no World Trade Center. O filme, que contou com pouco mais de 30 minutos, foi distinguido com o Óscar de Melhor Documentário de Curta-Metragem.

Fahrenheit 9/11 (2004)

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A personagem principal de Fahrenheit 9/11 é George W. Bush. Os primeiros minutos mostram-nos a noite de eleições em 2000 e como o Presidente terá sido declarado vencedor prematuramente. De seguida, passamos para os acontecimentos do 11 de setembro. Onde estava Bush quanto o embate aconteceu? De acordo com o realizador Michael Moore, o Presidente encontrava-se a caminho de uma escola primária quando foi informado do atentado. A célebre imagem em que lhe segredam ao ouvido, numa sala de aula, correu o mundo. O documentário mostra-nos o choque do Presidente e como ainda se deteve na sala, durante quase 7 minutos, até as crianças na sala de aula terminaram a leitura de um livro.

À medida que os minutos passam, Moore faz uma análise às decisões tomadas pela administração de Bush, aos verdadeiros motivos que o levaram a invadir o Afeganistão e Iraque e se o Presidente não terá aproveitado o momento para induzir um clima de medo através dos meios de comunicação social. Um documentário audaz que lança um olhar não ao inimigo, mas sim ao poder que o combate.

World Trade Center (2006)

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World Trade Center é uma mistura entre drama, história e suspense. Oliver Stone dispensa apresentações e nesta obra decidiu abraçar um tema que é sobretudo difícil. Ao retratar o atentado de 11 de setembro de 2001, o cineasta resolveu pegar numa história verídica, transpondo-a para o ecrã. No centro da narrativa estão John McLoughlin e Will Jimeno, dois polícias, respetivamente interpretados por Nicholas Cage e Michael Penã.

Tudo começa num dia aparentemente normal, mas que acaba por se tornar num dos dias mais negros da história da humanidade. Depois do embate do voo 11 da American Airlines na Torre Norte, John e uma equipa de polícias são das primeiras autoridades a chegar ao local. Perante o cenário de catástrofe, sentem-se compelidos a agir e decidem que têm de resgatar os sobreviventes. Assim, partem para o salvamento numa verdadeira corrida contra o tempo onde as suas próprias vidas estão em risco. O filme teve boa aceitação da crítica.

Flight 93 (2006)

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Um quarto avião estava destinado a agravar os ataques que se sucederam no dia 11 de setembro. Com destino a Washington D.C., mais precisamente ao Capitólio – onde se situa o congresso norte-americano – ou à Casa Branca – residência do Presidente dos EUA – o voo pretendia causar desastre no centro político norte-americano. Porém, de acordo com o registo dos dados recolhidos da caixa negra do Voo 93, os passageiros do avião evitaram que o atentado sucedesse, agindo contra os sequestradores.

Infelizmente, o voo despenhou-se num campo da Pensilvânia e nenhum dos tripulantes sobreviveu. A história deles foi, no entanto, contada através do filme Flight 93, do realizador Peter Markle que, a partir dos dados da caixa negra, tenta mostrar o que se sucedeu durante o sequestro do voo. A ação concentra-se principalmente na história de oito passageiros, embora conte também com a intervenção de personagens menores.

 

United 93 (2006)

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Também sobre o Voo 93, temos o filme United 93. Manhã de 11 de setembro de 2001, num quarto de hotel dois sequestradores rezam antes de partir para o aeroporto de Newark. Lá, já se preparam para embarcar os passageiros do voo 93 da United Airlines. Depois de um atraso de mais de 30 minutos de espera na pista, o avião levanta vôo naquela que seria a sua última viagem. O retrato é inspirado em factos reais e foi transposto para o grande ecã pelo cineasta Paul Greengrass – que com esta obra seria nomeado para o Óscar de Melhor Realizador.

O desfecho da históra, infelizmente, já é conhecido, mas o filme destaca-se por mostrar a oposição aos terroristas por parte dos passageiros e da tripulação. Este era o avião que supostamente deveria embater ou contra a Casa Branca ou contra o Capitólio, mas graças à resistência o desastre maior foi evitado. Depois da morte de ambos os pilotos pelos terroristas, houve quem tentasse aterrar a aeronave em segurança, mas graças à ação de um dos extremistas tal não foi possível. O avião acabou por se despenhar num campo no estado de Pensilvânia.

Reign Over Me (2007)

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Charlie Fineman (Adam Sandler) perdeu a mulher e as filhas durante os atentados do 11 de setembro. Apesar de já se terem passado cinco anos desde esse dia, aquele que foi um homem social e bem-sucedido continua perdido entre as ruínas da vida antiga. Isto até que nas ruas de Manhattan, Charlie se encontra com um velho colega universitário, Alan Johnson (Don Cheadle), que fica chocado com o estado em que o amigo estava. Também ele não está muito bem, pressionado por problemas familiares e profissionais. A dupla reata a amizade.

Apesar de se tentarem ajudar um ao outro, o conselho que Alan dá a Charlie não resulta muito bem. Ao visitar uma psiquiatra, Charlie acaba por sucumbir às mágoas, conta a sua história e tenta suicidar-se. O filme mostra-nos o desenrolar da história, a forma como a personagem procura superar a dor e como há vida, mesmo depois da morte. Reign Over Me é filme de 2007, realizado por Mike Bender e o único em que Adam Sandler, conhecido de filmes de comédia, interpreta uma personagem num filme dramático.

The Reflecting Pool (2008)

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The Reflecting Pool é um filme polémico que dá destaque às teorias da conspiração por detrás do 11 de setembro. Numa narrativa que junta relatos emocionados com a história de um jornalista de investigação russo, somos confrontados com argumentos que suportam a ideia de que o atentado foi fabricado por forças norte-americanas. Tudo começa quando Alex Prokop (Jarek Kupsc) recebe uma cassete com novos dados sobre o ataque. A informação tinha sido enviada por Paul Cooper, um investigador cuja filha tinha sido uma das vítimas.

À medida que o filme avança, Alex vai aprofundando questões e encontrando incoerências que o levam a acreditar que a versão oficial da história está longe de ser a mais verdadeira. As descobertas colocam-no numa situação difícil não só a ele, mas também ao seu editor, pressionado pelo FBI, que quer que as fontes sejam reveladas. Mais do que um filme sobre o 11 de setembro em si, The Reflecting Pool é sobre jogos de poder, pressões mediáticas e questões que muitas vezes passam ao lado dos leitores dos jornais.

Remember Me (2010)

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O filme Remember Me tem como pano de fundo a cidade de Nova Iorque, em 2001, nos meses que antecedem ao atentado. A personagem principal é Tyler Hawkins (Robert Pattison), um jovem rebelde e problemático, que causa com frequência distúrbios no centro da cidade. O mau relacionamento com o pai, depois do suicídio do seu irmão, é o principal instigador de tais ações. Porém, este lado mais obscuro de Tyler é atenuado quando se cruza com Ally (Emilie de Ravin).

Ally também sofreu algumas perdas no seu passado. Ainda em pequena, viu a mãe morrer à sua frente, no Metropolitano de Nova Iorque, após um violento assalto. Juntos, os dois encontram closure – uma espécie de aceitação pelas perdas que sofreram – e, inevitavelmente, apaixonam-se. Entretanto, quando a irmã de Tyler sofre bullying na escola, a personagem decide pôr de lado o rancor que sente pelo pai e marca um encontro com ele para encontrarem uma solução para a pequena Caroline. É o dia 11 de setembro. O escritório do pai situa-se nas Torres Gémeas. Na sequência da tragédia, assistimos à forma como as outras personagens superam o trauma.

The Space Between (2010)

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Em The Space Between, acompanhamos a história de Montine McLeod (Melissa Leo) uma assistente de bordo encarregada temporariamente de cuidar de Omar Hassan (Anthony Keyvan), uma criança menor de idade que fez uma viagem aérea sem acompanhamento de um adulto. Isto acontece no dia 11 de setembro, no Texas, enquanto se vivem momentos de terror em Nova Iorque. O pai da criança, segundo Omar revela, trabalha no World Trade Center mas estará à espera dele em casa, em Nova Iorque. Decidida em devolver a criança à segurança do pai, Montine parte para Manhattan.

Terminada a viagem, ao chegarem a Nova Iorque, a hospedeira descobre que o pai de Omar não veio a casa desde que as Torres Gémeas caíram. A partir deste momento, a dupla improvável que, por acaso, travou amizade ao longo da viagem, luta em conjunto contra as perdas pessoais. Durante a viagem, Montine recebe uma má notícia; entretanto, Omar aguarda que o seu futuro seja decidido ao mesmo tempo que é confrontado com a morte do pai.

Extremely Loud, Incredibly Close (2011)

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Do realizador d’ As Horas, Extremely Loud, Incredibly Close (Extremamente Alto, Incrivelmente Perto) conta história do jovem Oskar Schell (Thomas Horn), um miúdo com nove anos de idade, à procura de respostas num mundo onde as coisas não parecem fazer lá muito sentido. Extremamente apegado ao pai (Tom Hanks), a criança vê o seu mundo mudar por completo quando o progenitor morre no atentado de 11 de setembro. A reação do próprio e da mãe (Sandra Bullock) vão sendo exploradas ao longo de um filme que procura retratar o antes, o durante e o depois do ataque no seio familiar.

À medida que a narrativa se desenrola, as reações vão sendo intercaladas com outra narrativa: após da morte, Oskar – habituado aos jogos e caças ao tesouro do pai – encontra uma chave misteriosa. Decide então que tem de resolver o último enigma deixado pelo pai e tenta descobrir qual a fechadura correspondente àquela chave. Pelo caminho, cruza-se com várias personagens, entre elas uma mulher interpretada por Viola Davis.

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