Os 10 anos do BrasilCine na Suécia celebram-se com Aquarius
Uma vez mais, o festival BrasilCine leva até ao público sueco o melhor do cinema brasileiro. Este ano é o recém-lançado Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, o convidado de honra da edição que acontece entre o dia 3 e 9 de outubro.
Porém, o BrasilCine está de parabéns este ano, assinalando uma data importante: o seu 10.º aniversário. Ao longo dos últimos 10 anos de existência foram já exibidos 262 filmes em 48 dias de festival. Em 2016, serão exibidas 10 longas-metragens e 23 curtas que prometem assinalar merecidamente esta data especial. Memória é o tema deste ano.
A abertura oficial do BrasilCine tem início às 18 horas, no dia 5 de outubro, com a exibição do filme Aquarius e com a presença da atriz Maeve Jinkings, na Filmhuset (Casa de Cinema) de .
A polémica do filme Aquarius
Aclamado pela crítica brasileira e internacional, Aquarius é definido pelo realizador Kleber Mendonça Filho, como um filme sobre resistência, sobrevivência e talvez um “pouco sobre tudo”. “É sobre a energia que você recebe tentando sobreviver”, explicou o realizador numa conferência de imprensa realizadapara a TV Festival de Cannes (2016).
Em maio deste ano, o elenco de Aquarius denunciou no festival de Cannes a ameaça de golpe parlamentar no Brasil, e desde então, a obra tem sido alvo de ataques e boicotes pela ala mais conservadora do país. Por conta disso, Aquarius tem-se tornado um símbolo da resistência brasileira contra a polêmica medida que retirou a presidente Dilma Rousseff do poder.
Memórias e novidades no BrasilCine
Os filmes da mostra estão divididos nas categorias: ficção, documentários e curtas. Entre as longas e documentários, os destaques desta edição de aniversário são: Chatô – O Rei do Brasil (2015), de Guilherme Fontes; Danado de Bom (2016), de Derby Brennand; O Mercado de Notícias (2014), de Jorge Furtado; Mate-me por favor (2015), da estreante Anita Rocha da Silveira e O Olmo e a Gaivota (2014), de Petra Costa e a diretora dinamarquesa Lea Glob.
Todos os 33 filmes da mostra serão submetidos à votação popular e concorrem entre si, dentro das suas respectivas categorias, ao BrasilCine Popular Jury Feature Award, premiação que será realizada na cerimónia de encerramento do evento. As curtas estão ainda divididas nos temas género, performance e transgressão; política e liberdade; personagens e narrativas e ”o estranho em cada um de nós”. O BrasilCine conta ainda com a versão infantil do festival, o Lilla BrasilCine, que esse ano será exclusivamente destinada à escolas.
Para quem não sabe, o BrasilCine é o único festival de cinema brasileiro na Escandinávia e oferece ao público nórdico uma seleção de filmes brasileiros independentes, de qualidade e que possuem um caráter inovador e experimental. O festival tem como objetivo promover e difundir a cinematografia brasileira nos países nórdicos, promover um debate sobre a sociedade brasileira e oferecer aos expectadores uma ampla visão do audiovisual brasileiro além do que é exibido em solo nórdico.
Lista completa de longas presentes no BrasiCine 2016:
- Aquarius (2016), de Kleber Mendonça Filho
- A Família Dionti (2016), de Alan Minas
- A História da Eternidade (2015), de Camilo Cavalcante
- Chato – O Rei do Brasil (2015) de Guilherme Fontes
- Danado de Bom (2016), de Deby Brennand
- Mate-me por favor (2015), de Anita Rocha da Silveira
- O Olmo e a Gaivota (2014), de Petra Costa e Lea Glob
- O Último Cine Drive-in (2015), de Iberê Carvalho
- O Mercado de Notícias, de Jorge Furtado
- Xingu Cariri Caruaru Carioca (2016), de Beth Formaggini
Lista completa de curtas presentes no BrasiCine 2016:
- A Navalha do Avô (SP), de Pedro Jorge
- Alfredinho (RJ), de Vitor Souza Lima, Marcelo Santos, Venâncio Batalhone
- Argentina, me desculpe (BA), de Leandro Afonso
- As Incríveis Histórias de um Navio Fantasma (SP), de André Bomfim, Gustavo Rosa de Moura
- Curta Memória (MG), de Arthur B Senra
- Dias não virou noite (MG), de Nilmar Lage
- Equinophobia (PR), de Bruno Surian
- Intervenção (PE), de Pedro Maia de Brito
- La Duda (RJ), de Philippe Noguchi
- Lúcida (SP), de Fábio Rodrigo
- Matias (SP), de Ricardo Martensen, Felipe Tomazelli
- Muros (BA), de Camele Queiroz, Fabricio Ramos
- O Corpo (RS), de Lucas Cassales
- O quebra cabeça de Tarik (MG)
- O Voo (SP), de Manoela Ziggiatti
- Olhos de Botão (PE), de Marlom Meirelles
- Para salvar Beth (SP), de Alan Medina
- Theodoro Cochrane Parque Pesadelo (PR), de Aly Muritiba, Francisco Gusso, Pedro Giongo
- Rosinha (DF), de Gui Campos
- Samba é madeira (RJ), de Fernanda Vogas, Xabier Monreal
- Soberania (RJ), de Gabriel Moura
- Tango (PR), de Francisco Gusso, Pedro Giongo
- Uma família Ilustre (RJ), de Beth Formaggini