5 exemplos de efeitos especiais incríveis em filmes dos anos 20 e 30
Hoje os efeitos especiais já não nos provocam a sensação de fantástico que as plateias sentiam há quase cem anos. Graças aos avanços tecnológicos das últimas décadas, e à computarização em três dimensões, hoje a maior parte dos filmes recorre já a efeitos especiais para melhorar as suas cenas ou montar momentos onde vemos o impossível a acontecer.
No entanto, esta era uma realidade que não acontecia, por exemplo, na década de 1920 e 1930. Por essa altura, quando o cinema era ainda a preto e branco e começava a transitar do mudo para o sonoro, os efeitos especiais eram muito rudimentares. Mesmo que George Méliès nos tenha apresentado com alguns efeitos especiais em filmes como A Viagem à Lua, alguns realizadores começaram a sentir a necessidade de ir mais além.
Neste post é sobre esses mesmos realizadores que falamos, e de alguns dos efeitos especiais incríveis que conseguiram criar quando o mundo estava ainda muito longe de conhecer os computadores. Ao longo dos próximos parágrafos relembramos 5 filmes que contam com efeitos especiais inacreditáveis (pelo menos para a época em que foram efeitos) e explicamos como foram concretizados.
5 exemplos de efeitos especiais incríveis em filmes dos anos 20 e 30
1 – Safely Last! (1923)
No filme Safely Last!, um clássico de 1923, o mundo ficou com o coração nas mãos no momento em que Harold Lloyd fica pendurado nos ponteiros de um relógio. Por esta altura, os efeitos especiais baseados na tela de fundo verde estavam longe de existir, mas isso não significava que os realizadores não soubessem trabalhar o fundo. A ilusão foi criada após um cuidado estudo de perspectiva: basicamente, a cena foi gravada no topo de um prédio, mas com muito mais segurança do que vemos na cena.
2 – The Black Pirate (1926)
Uma boa história de piratas tem de ter acção! No filme The Black Pirate assistimos a uma cena em que a personagem interpretada por Douglas Fairbanks desce pela vela do navio, usando uma faca para aliviar o impacto da queda. Para filmar esta cena sem pôr em perigo o ator, foi desenvolvido um mecanismo muito interessante e inteligente, como podemos ver acima.
3 – Ella Cinders (1926)
Esta cena tornou-se muito bizarra e gerou alguma polémica quando o filme Ella Cinders chegou aos cinemas, em 1926. Como era possível alguém fazer isto com os olhos? No entanto, efeitos estiveram envolvidos à mistura. Para que os olhos de Colleen Moore revirassem para lados opostos simultaneamente, filmou-se a mesma cena duas vezes. Na primeira, foi colocado um vidro preto a tapar uma das metades da lente da câmara: após Collen ser filmada a girar um dos olhos, o vidro era posicionado do outro lado da lente e repetida a cena, desta vez com a atriz a revirar o outro olho.
4 – Tempos Modernos (1936)
Quem vir este filme pela primeira vez vai pensar: mas que sorte teve Charlie Chaplin em não cair! No entanto, uma desconstrução da cena revela o surpreendente: não passou tudo de uma montagem muito bem feita. Recorrendo a um truque de perspetiva e a um cenário falso colocado em frente à câmara, foi possível criar a icónica cena que vemos no filme Tempos Modernos e em que o ator anda de patins e quase tem um acidente.
5 – Ben-Hur (1925)
Terminamos com um efeito especial que combina maquilhagem e luzes. No filme Ben-Hur, de 1925, Jesus aparece para curar duas mulheres leprosas milagrosamente. Após a passagem da sua mão, os rostos das mulheres ficam saudáveis num abrir e fechar de olhos. Esta ilusão, criada pelo fotógrafo Karl Struss, teve em consideração um ajuste da cor do filtro da câmara durante a gravação fazendo com que a maquilhagem da doença não aparecesse numa das posições.