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O Assassínio do Duque de Guise: a primeira banda sonora do cinema

O Assassínio do Duque de Guise: a primeira banda sonora do cinema

by Tiago Leão

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Em 1908, o cinema volta a dar um passo marcante. Uma vez mais foi em França que se fez história, desta vez com a apresentação do filme L’Assassinat du duc de Guise (também conhecido como O Assassínio do Duque de Guise). Trata-se de um filme marcante, realizado pela dupla Charles Le Bargy e André Calmettes. No entanto, o que melhor define este filme é o facto de ter sido encomendada uma banda sonora original para acompanhar as imagens.

Não, em 1908 a humanidade ainda não tinha entrado na era do som no cinema. Isso só viria a acontecer alguns anos mais tarde. Aliás, algumas das versões que encontramos do filme, na Internet, são mudas. Às outras foi recentemente acrescentada a banda sonora composta há mais de um século.

E atenção: em 1908, só se podia ver o filme e ouvir o som se existisse, na sala de cinema, um músico ao piano, alguém a cantar ou até mesmo uma pequena orquestra. Todavia, a música tocada não era composta propositadamente para as imagens que passavam no ecrã. Em vez disso, era improvisada na hora pelo músico presente tendo como base uma banda sonora! Era na verdade uma espécie de pano de fundo, ou música ambiente que podia ou não estar relacionada com o filme.

O compositor Camille Saint-Saëns, na altura com 73 anos e com uma longa carreira musical, foi o grande responsável pela banda sonora. No entanto, quem teve a ideia de dar este passo foi o realizador André Calmettes. A ideia era que a música se articulasse com as cenas mostradas no ecrã, acentuando sobretudo os momentos de tensão. E segundo rezam as crónicas tal tarefa foi conseguida com mestria.

 

Na biografia de Camille Saint-Saëns, ficamos ainda a saber que o compositor terá trabalhado na banda sonora analisando com detalhe cada uma das cenas do filme. Ao ser exibido em público, o sucesso foi tal que não tardou a que outros realizadores seguissem o exemplo.

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