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Jangada de Pedra: uma distopia ibérica que dá que pensar

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Jangada de Pedra: uma distopia ibérica que dá que pensar

by Goreti Teixeira

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Imagine que a Península Ibérica se separava da Europa e ficava à deriva no Oceano Atlântico. José Saramago imaginou esta história e escreveu um livro. Através de uma perspetiva singular, o Nobel da Literatura português conseguiu retratar de uma forma mais física a sensação de isolamento sentida na Península Ibérica face à restante União Europeia. Qual a melhor forma de demonstrar isto? Criando um cenário distópico em que a Península Ibérica se separa fisicamente do resto da Europa. George Sluizer apaixonou-se pela obra adaptou-a ao cinema.

Mais do que um romance de aventuras, é conjunto de reflexões que visam uma explicação racional da realidade que se encontra repleta de fenómenos sobrenaturais. No centro da história encontram-se cinco personagens, testemunhas de acontecimentos insólitos que antecedem o desmembramento da Península do resto da Europa.

A Jangada de Pedra: poderes estranhos e cinco personagens (e um cão)

Tudo começa quando uma fenda se abre nos Pirenéus, provocando de imediato uma onda de excitação e curiosidade científica. À medida que esta fratura geológica se começa a aprofundar e alargar, a comunidade europeia começa a afastar-se desta calamidade e o pânico cresce entre os turistas e residentes da região afetada. Por fim, quando Portugal e Espanha se separam fisicamente do continente, começam à deriva no mar e a Península torna-se residência de figuras com poderes divinos.

É nestas personagens que a história de se concentra. A personagem principal é Joana Carda, uma personagem que, enquanto passeia, encontra uma vara de negrilho com a qual faz um risco no chão. Para sua surpresa, o risco transforma-se numa fenda.

Entretanto, Joaquim Sassa atira uma pedra ao mar e assiste, fascinado, à forma como ela desliza sobre a água como se de uma folha de papel se tratasse. José Anaiço não consegue encontrar uma explicação para o bando de estorninhos que o seguem para todo o lado. Pedro Orce sente a terra a tremer. Maria Guavaira não sabe explicar como o desfiar de uma simples meia azul, onde guardava o dinheiro, deu origem a um novelo de dimensões astronómicas.

 

Unidos pelo sobrenatural, este grupo de cinco pessoas, acompanhados por um cão, encetam uma viagem simbólica.

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Decidido em perceber que ligação existe entre eles, Joaquim parte no seu Citroën dois cavalos, de cor laranja e com listas lilases, à procura de José. Ambos tentam perceber o que lhes aconteceu com a desagregação da Península e decidem partir rumo a Venta Micena para conhecerem Pedro. As explicações não aparecem e o destino deles é agora Lisboa. Seguidos pelos estorninhos, os três acabam por ser encontrados pela imprensa num hotel da capital.

Enquanto Joaquim e Pedro são levados para serem analisados, José é surpreendido pela visita de Joana e encetam um romance. Percorrendo todos os locais onde aconteceram os fenómenos, os quatro deparam-se com um cão que trás na boca um novelo de lã azul e os guia até à casa de Maria, que se enamora por Joaquim.

Entretanto, as populações fogem, face à possibilidade da Península chocar com os Açores e os cinco decidem partir numa demanda, nesta , com o intuito de procurarem consolo de alma.

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