Home / Cinema de Aventura /

Into the Wild: uma viagem ao lado selvagem de nós próprios

Into the Wild: uma viagem ao lado selvagem de nós próprios

by Tiago Leão

Share this article

     

Into the Wild (O Lado Selvagem, na versão portuguesa) é um filme de 2007 que transpõe para o ecrã a história de Christopher McCandless – vulgo Alex Supertramp. A obra cinematográfica resulta da adaptação de um livro de não-ficção, escrito por Jon Krakuer, jornalista, escritor e alpinista, que, em 1996, se dedicou a descrever a viagem de Alexander ao Alasca e ao interior de si mesmo.

Emile Hirsh foi o ator escolhido para interpretar o papel principal no filme com realização de Sean Penn. A ação de Into the Wild passa-se em 1990 e põe em destaque um jovem de 22 anos: aluno brilhante, Christopher McCandless anuncia ao mundo que, em vez de seguir uma carreira profissional, se quer fazer à estrada. O objectivo: chegar ao Alasca e viver em estado total de isolamento da sociedade.

into the wildNuma narrativa onde o passado e o presente no se cruzam, vamos ora à boleia, ora a pé numa viagem ao interior de Chris McCandless. Acompanhando as suas peripécias, partilhamos as suas desconfianças em relação ao ser humano, assim como assistimos às boas surpresas que os outros ainda são capazes de proporcionar.

A literatura é também uma parte importante de Into the Wild. Ao longo da viagem, Alex Supertramp faz-se acompanhar de autores como Tolstói e Thoreau. O filme vai para além do conceito de liberdade, explorando  ao máximo as suas implicações.

Com uma visão única do mundo, o filme beneficia com uma realização ao estilo do cinema indie dos anos 70. Planos onde o silêncio fala mais alto, imagens de montanhas e descampados ajudam a construir uma narrativa envolvente que nos prende no primeiro minuto.

Na personagem de Alex Supertramp, conjugam-se de forma inteligente as várias facetas de uma só personalidade. O lado mais agressivo de quem está zangado com o mundo coaduna-se com um personagem que é simultaneamente dócil, idealista e romântica. Altruísta e egoísta, Christopher McCandless é sobretudo determinado.

 

Numa demanda pela descoberta do sentido da existência e pelo lado mais prático do conceito de liberdade, Christopher cruza-se com vários outros personagens. Além dos pais e da irmã (interpretados por Marcia Gay Harden, William Hurt e Jena Malone) o jovem encontra-se com um casal de hippies, papel de Catherine Keener e Brian H. Dierker, que mais tarde reencontra; Ron Franz, um homem mais velho que lhe dá boleia e com quem trava amizade; e Tracy Tatro, interpretada por Kristen Stewart e por quem mais tarde se apaixona.

A mensagem final de Into the Wild

O filme termina com uma mensagem recordada por todos os que o viram. Depois de um período de dois anos na estrada, quase sempre sozinho, Alexander Supertramp chega a uma conclusão: “hapiness is only real when shared” (a felicidade só é real quando é partilhada).

Depois de chegar ao Alasca, o jovem viajante acaba por morrer, após comer uma planta venenosa. O filme mostra também o lado mais animal do ser-humano, em cenas onde o personagem principal mata um veado.

Into the Wild teve reações muito positivas. O filme chegou mesmo a ser nomeado para dois Óscares: o de Melhor Edição e o de Melhor Ator Secundário, para Hal Holbrook, que interpretou o homem que deu boleia a Chris McCandless.

A juntar a isto, não podemos deixar de falar da banda sonora, capaz de intensificar alguns dos momentos mais marcantes do filme. As músicas estiveram a cargo de Eddie Vedder, vocalista dos Pearl Jam, que editou na altura aquele que é o seu primeiro álbum a solo. Desta forma, depois do livro e do filme, Into the Wild transformou-se também em disco. Independentemente das diferenças, as três obras são um reflexo de Chris McCandless e de tudo aquilo que ele representa.

POSTS RELACIONADOS

Share this article

Leave a comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *