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Django Unchained: um western spaghetti com humor negro qb

Django Unchained: um western spaghetti com humor negro qb

by Tiago Leão

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Um elenco de luxo, diálogos repletos de humor negro, balas quanto baste e a genialidade de Quentin Tarantino. Estávamos em 2012 quando se reuniram todos os ingredientes necessários para Django Unchained, um spaghetti western dos tempos modernos que conta a história de Django, um escravo negro que depois libertado se transforma num caçador de recompensas de mira certeira.

Na história de Tarantino recuamos aos tempos do Velho Oeste no período que antecedeu a Guerra Civil dos Estados Unidos. Django Unchained deu ao realizador o seu segundo Óscar, depois de Pulp Fiction. A vitória foi partilhada com Christoph Waltz, que também levou para casa a estatueta para Melhor Ator Secundário. Do elenco fizeram parte nomes como Jamie Foxx, no papel de protagonista, Leonardo DiCaprio, Kerry Washington e Samuel L. Jackson.

Mas comecemos pela história. Ano de 1858, três irmãos transportam vários escravos a pé. Entre eles, encontra-se Django, que anteriormente foi separado da sua esposa, Broomhilda (Kerry Washington). A certa altura, os traficantes encontram Dr. King Schultz (Chistoph Waltz), um alemão que viaja à procura de recompensas, disfarçando-se de dentista. Implacável, o suposto dentista precisa de ajuda para escolher os próximos alvos.

Entre peripécias, o caçador de recompensas acaba por libertar o escravo que, mesmo depois de se tornar num homem livre, decide acompanhar Shultz nas suas viagens. Posteriormente, a história desenrola-se em torno da tentativa de Django em libertar a sua esposa em cativeiro na fazenda de Calvin Candie, personagem de Leonardo DiCaprio.

No decorrer da história, há ainda que referir o papel de Samuel L. Jackson que interpreta um escravo negro conservador e racista. Da submissão à liberdade, Django deve o seu crescimento a Shultz que de mestre se transforma em mentor. Lentamente vamos verificando uma mudança de postura do escravo que acaba por se transformar num símbolo contra a escravidão.

 

Django Unchained: uma abordagem atípica sobre a escravatura

As doses moderadas de humor, sangue e momentos inesperados, Django Unchained é puro entretenimento. Ao longo das quase 3 horas de filme, misturam-se influências numa mescla estranha (mas incrivelmente coesa e funcional) de referências da cultura pop, lendas germânicas e tiroteios ao estilo western.

django-unchainedA ideia de fazer um western spaghetti sobre o tema da escravatura não é de agora. Na verdade, Quentin Tarantino já tinha expressado esse desejo no ano de 2007. A ideia passava por provar que também pode haver humor na tragédia, ao retratar um assunto que por ser retratado de forma bem-disposta não deixava de ser sério. Em 2011 o guião foi finalizado e pouco depois começaram as gravações.

O título do filme é uma associação direta a Django, o filme de 1966 de Segio Corbucci, misturado com  Hercules Unchained, de 1957. Por sua vez, também a série clássica Bonanza foi usada como inspiração, mas desta vez para o guarda-roupa. O figurino de Django é uma interpretação do quadro O Menino Azul de Thomas Gainsborough e os óculos são uma referência a uma personagem de The White Buffalo, um western de 1977.

Até à data, Django Unchained foi o maior sucesso de bilheteira de Quentin Tarantino, rendendo um total de 425 milhões de dólares. O filme foi muito elogiado pela crítica, mas também não passou ao lado de algumas controvérsias. Spike Lee, um conhecido cineasta negro dos Estados Unidos da América, chegou mesmo a dizer que Django Unchained é um desrespeito para com um grupo que foi vítima de perseguição só equiparável ao holocausto.

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