Curiosidades da carreira de Frank Sinatra no cinema hollywoodiano
Numa gelada manhã de 12 de dezembro de 1915, nascia em Hoboken (Nova Jérsei – EUA), a lenda Frank Sinatra. De origem humilde, desde muito jovem ele se mostrava obcecado em alcançar o estrelato artístico na terra do Tio Sam, feito que não só conseguiu, como também foi além e se tornou um dos maiores cantores de todos os tempos, rendendo a Sinatra o imortal apelido de “The Voice” (A Voz, em português).
Todavia, ele não será “apenas” lembrado como uma das maiores vozes do século XX, já que a sua trajetória no cinema, como ator, também foi notável. Afinal, ele fez mais de 60 filmes ao longo de cinco décadas, sendo glorificado em duas oportunidades com o maior prêmio da arte cinematográfica, o Oscar — recebeu um Oscar honorário, pelo curta-metragem “The House I Live In” (1945), e uma estatueta dourada de Melhor Ator Coadjuvante, no filme “A Um Passo da Eternidade” (1953).
Papel “A um Passo da Eternidade” trouxe Sinatra de volta para o topo do show business
Em 1953, a carreira de Sinatra como cantor estava em declínio, já que as músicas românticas interpretadas pelo artista, naquela época com 38 anos, perdiam espaço para o rock and roll. Impulsionado por canções mais animadas e dançantes que o gênero jazz vocal de Sinatra, o até então novo estilo musical embalou a juventude estadunidense na década de 1950 e viria ganhar ainda mais força com o surgimento de Elvis Presley, o “Rei do Rock”.
Isso posto, “A Voz” entendia que a chance de voltar a brilhar nos palcos passava por um papel de destaque nos cinemas, função essa que ele exercia paralelamente à carreira de cantor desde os anos 1940, quando estreou nas telonas em “Noites de Rumba” (1941).
Dessa forma, ele persistiu bastante para que Harry Cohn, chefe da produtora Columbia Pictures, deixasse-o fazer um papel coadjuvante em “A Um Passo da Eternidade”. Logo, após muita insistência, o artista conseguiu o tão almejado papel e interpretou o personagem Angelo Maggio, um soldado de origem italiana e de temperamento difícil. Como destacado anteriormente, a sua belíssima atuação lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.
A partir daí, Sinatra deixou de lado a figura de cantor e ídolo adolescente e passou a moldar sua imagem madura, embalando um sucesso atrás do outro nos anos seguintes, como as canções “Fly Me to the Moon”, “I’ve Got You Under My Skin”, “The Best Is Yet to Come”, “Summer Wind” e tantas outras.
Rat Pack e cinema: produção “Onze Homens e Um Segredo” também foi um marco para Sinatra
Na década de 1960, com a sua carreira musical de vento e popa e já na meia-idade, foi a vez de Sinatra brilhar no clássico longa-metragem “Onze Homens e Um Segredo” (1960). Nesse filme, ele contracenou com alguns de seus amigos do famoso grupo musical Rat Pack, como Sammy Davis Jr., Dean Martin e Peter Lawford.
Na trama, a estrela dá vida ao personagem Danny Ocean, um veterano militar que reúne mais dez amigos para sabotar cinco grandes cassinos de Las Vegas daquela época: o Sahara, o Riviera, o Desert Inn Hotel, o Sands e o Flamingo.
Cassinos esses que, na vida real, “A Voz” costumava fazer shows e também jogar no tempo livre. Inclusive, durante as filmagens de “Onze Homens e Um Segredo”, Sinatra jogou blackjack com Dean Martin no salão de jogos do Sands, momento que foi registrado pelo fotógrafo Bob Willoughby.
Para quem não sabe, o blackjack, clássico entretenimento de cartas que também é conhecido como “21”, era um dos jogos favoritos da inseparável dupla de amigos. Não por acaso, são vários os registros fotográficos em que Sinatra e Martin aparecem jogando em mesas de Las Vegas.
No final dos anos 1960, o lendário cantor estrelou alguns filmes policiais que foram bem aceitos pela crítica, como “Tony Rome” (1967) e “The Detective” (1968), mas sem o mesmo destaque alcançando em “Onze Homens e Um Segredo” e produções anteriores.
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Os últimos trabalhos da carreira de Sinatra no cinema
Enquanto nos anos 1970 Sinatra não fez nenhum trabalho como ator, na década de 1980, por sua vez, ele atuou em duas produções: “O Primeiro Pecado Mortal” (1980) e “Um Rally Muito Louco” (1984), sendo essa a sua última aparição em um filme para cinema.
Terminava, então, a brilhante carreira de Sinatra na indústria cinematográfica. Logo, o que para muitos parecia improvável no início de sua trajetória artística, culminou em belíssimas páginas escritas nas telas de Hollywood, com seu legado para a sétima arte eternizado.
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