Ennio Morricone: Arriverderci Maestro, Grazie Mille!!
Ennio Morricone, um dos mais famosos nomes da indústria musical do cinema, deixou-nos no início do mês de Julho de 2020 aos 91 anos de idade. Com 66 anos de carreira, galardoado com um Óscar de Melhor Banda Sonora pelo filme Os Oito Odiados de Quentin Tarantino (2016) e Óscar honorário pela magnífica contribuição musical à sétima arte em 2007, compôs mais de 400 bandas sonoras para cinema e televisão.
Conhecido como “O Maestro”, Morricone começou por tocar trompete, o instrumento que o seu pai tocava, e aos 6 anos já compunha as suas primeiras melodias.
Quando terminou o conservatório em Santa Cecília – Roma, tocava numa orquestra, escrevia música para teatro e musicava novelas na rádio, o que lhe deu notoriedade e rapidamente o lançou para o grande ecrã. Posteriormente começou a trabalhar para televisão italiana RAI e para a RCA-Itália a fazer arranjos musicais.
Na década de 60 tornou-se num marco da história do cinema com a sonoplastia e banda sonora da triologia Por um Punhado de Dólares, Por Mais Alguns Dólares e O Bom, o Mau e o Vilão, spaghetti westerns realizados pelo seu amigo de longa data, Sergio Leone. Mais do que musicar os filmes com instrumentos e técnicas muito pouco usuais, ele criou uma nova linguagem – diálogos sem palavras repletos de tensão.
Ennio Morricone: um percurso notável no cinema e na música
Na sua longa carreira teve a oportunidade de trabalhar em diferentes géneros cinematográficos, e com grandes nomes tais como: Giuseppe Tornatore (Cinema Paraíso), Pier Paolo Pasolini (Decameron), Bernardo Bertolucci (1900), Brian De Palma (Os Intocáveis), Terrence Malick (Dias do Paraíso), Roland Joffe’s (A Missão), Pedro Almodóvar (Ata-me), Barry Levinson (Bugsy), Édouard Molinaro (A Gaiola das Malucas), Dario Argento (O pássaro com Plumas de Cristal), John Carpenter (The Thing), apenas para mencionarmos alguns.
Destacam-se naturalmente os grandes clássicos em que participou, como Era Uma Vez na América de Sergio Leone, além de obras assinadas por grandes mestres como Alfred Hitchcock, Nino Rota e Fellini.
Ainda que seja imediatamente associado ao cinema, Morricone foi um músico, compositor e produtor sucedido em vários estilos, do jazz ao rock psicadélico, passando pelo clássico e avant-garde.
A sua influência é reconhecida por inúmeros artistas, tais como Metallica, Radiohead, Dire Straits, Muse, Gnarls Barkley, Danger Mouse, entre outros. No contexto português pomos em relevo a sua colaboração com Dulce Pontes, que originou o álbum Focus e uma tournée internacional.