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Gia Carangi – Viva Rápido, Morra Jovem

Gia Carangi – Viva Rápido, Morra Jovem

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Este é um artigo sobre Gia Marie Carangi e seu filme “Gia”, de 1998, em que Angelina Jolie interpretou a protagonista com certa maestria – ela mesma identificada na jovem perdida, rebelde, pura, insana, diferente.

​Você talvez não tenha ouvido falar de Gia. Ela foi, oficialmente, a primeira Top Model. Ela morreu de AIDS aos 26 anos, provavelmente pelo vício em drogas injetáveis. Morreu quando já estava recuperada do vício. Morreu quando queria tanto viver algo novo…

​Mantive contato com seu melhor amigo, Robert Fay, enviei a ele meu livro “Reencontro” – inspirei-me, em parte, em Gia, para escrevê-lo. Publiquei-o nos EUA como “The Encounter”. Estou a reescrever essa obra em inglês. Robert ficou com Gia até o final, conheceram-se na clínica de recuperação de dependentes químicos. Robert está vivo até hoje. Gia foi um cometa que passou…

Gia é parecida com Cindy Crawford. Arrisco-me a dizer: era mais bonita! Tinha mais personalidade! Então, um dia, perguntaram ao fotógrafo preferido de Gia, um italiano-norte-americano, o que a tinha realmente matado. Você pode encontrar no YouTube. “Lack of love” – falta de amor, disse, sem titubear. Abandonada pela mãe na pré-adolescência, um pai distante. Então ela se apegou a outra pessoa com quem me conectei, com quem teve um romance, apesar de, supostamente, essa loira ser hétero: Linda, uma maquiadora. Linda, Linda era seu nome, não é um elogio – apesar de cabível.

​Disse a mãe de Gia em vídeo que vi: “Eu sabia que Gia não teria uma vida longa…”. Mães sempre sabem.

​O fato que quero deixar aqui é que Gia foi uma mulher à frente de seu tempo, ela não entendia as regras, perdeu-se na ampla liberdade e na fama. Perdeu-se porque era sozinha. E não se entendia. E nunca ninguém lhe deu amor – talvez carinho, o que não basta.

​O filme “Gia”, com Angelina Jolie, seu espelho, bissexual assumida, tem pouco mais de duas horas. Não reflete totalmente o que foi o furacão Gia. Mas se aproxima.

Gia morreu serena no hospital. Digo a vocês: até hoje, vi poucas mulheres mais bonitas que Gia.

​Em toda beleza há um quê de crueldade, disse Oscar Wilde, cruamente sábio como sempre.

Gia era para ter ficado, não ficou.

​A mãe foi morar com outro homem quando ela queria uma mãe. O pai pensava em negócios. Ela sabia desde cedo que gostava de mulheres, afetivamente, em uma época em que isso devia ser vivido clandestinamente, mas para ela era natural. Eu ouvi, em um vídeo, um depoimento: “Gia foi a lésbica mais natural que conheci”.

​Sem julgamentos, por favor. Estamos falando de uma vida. Um espírito. Gia era boa moça. Recomendo o filme, embora deva dizer que não reflete o suficiente o que foi a norte-americana com descendência italiana, salvo que se parece com sua intérprete, Angelina Jolie, à época.

Clique aqui para assistir ao filme “Gia – fama e destruição”. Mas, antes, assista a este lindo clipe que sempre amassa meu coração. Gia amassa corações. Ela só tentou errado…

 

​E como é triste tentar errado!

​Gia Marie Carangi. RIP. + 29 de janeiro de 1960. + 18 de novembro de 1986.

​A AIDS começava a matar massivamente. Não apenas gays, mas todo tipo de gente. Tivesse esperado cinco anos, Gia poderia ter uma oportunidade como o AZT. E depois o coquetel. Funcionam.

​Deixo minha homenagem e recomendação: assistam a “Gia”. A beleza muito comumente é trágica. Marilyn e Judy Garland não vão negar. Mas, nem sempre. Se alguém a tivesse realmente amado… se ela tivesse conseguido ser mais forte.

​Se… Se… Se.

​Fatos não são hipóteses.

Gia, em 2020 você faria 60 anos. Tenho certeza de que estaria ainda ativa e mudando o mundo. Deus a levou… como a Ele aprouve.

Angelina Jolie. Representou-a bem, mas nunca, nunca ninguém poderia representar Gia Carangi como foi. Ela foi única.

Assistam ao filme. Tudo bem se não abarca todo o tornado Gia, nem ela mesma foi capaz de se conter…

Gia, Feliz 60 anos completados em janeiro, quase fevereiro.

​Fica minha homenagem, você foi VOCÊ. E isso é tão difícil hoje!

​Adeus, adeus.

​Os bons morrem jovens, ou vivem mais de uma centena de anos…

​Deus que sabe.

​Deus que sabe…

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