Rio de Lama, um documentário sobre a maior tragédia ambiental do Brasil
Rio de Lama, documentário realizado em Realidade Virtual sobre o rompimento da barragem da Samarco em Mariana no Brasil, foi o vencedor do prémio de melhor filme do SDGs (Sustainable Development Goals) in Action Film Festival na categoria de Realidade Virtual da ONU em 2019. Este filme é imperdível para todos os interessados na preservação ecológica do planeta!
Dirigido por Tadeu Jungle da produtora Junglebee, Rio de Lama, que foi o primeiro filme em VR a ter uma exibição pública no Brasil, retrata os escombros da vila Bento Rodrigues em contraposição com a memória de seus antigos moradores.
O Global SDG Awards é coordenado pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU, responsável pelas Metas de Desenvolvimento Sustentável (ODS – SDGs, sigla em inglês).
A competição envolve curtas-metragens que destacam como as pessoas e as organizações ao redor do mundo estão trabalhando em soluções tangíveis para as maiores ameaças do planeta e, com isso, transformando as 17 metas para sustentabilidade global em realidade.
Segundo Tadeu Jungle foi uma honra receber um prémio dessa magnitude na ONU: “Pena que seja para mostrar uma tragédia ambiental que poderia ter sido evitada, não fosse a ganância e má gestão empresarial de alguns. Porém, tenho certeza que vai nos ajudar a colocar uma luz mais forte sobre o assunto de barragens de rejeitos no Brasil, além de alargar os horizontes da Realidade Virtual”.
Assista agora ao filme Rio de Lama
Rio de Lama explora a empatia como ferramenta para trabalhar soluções em um dos maiores desastres ambientais brasileiros, ocorrido em 2015. Esta curta-metragem procura sensibilizar a sociedade sobre a tragédia e fazer um chamamento para que se construa um memorial para a cidade.
Rio de Lama propõe uma imersão em 360º na devastação provocada pela ruptura da barragem do Fundão, em novembro de 2015, quando 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério e água foram liberados sobre as cidades de Mariana e Bento Rodrigues.
Tadeu Jungle considera o filme histórico por ter conseguido registrar as comunidades destruídas e seus habitantes pouco tempo depois da catástrofe. “Ali, a gente conta uma história de uma saudade ou de uma ausência. Eu entrevistei os moradores. Eu fiz no calor da tragédia, eu fui para lá fazer o filme e não tinha um roteiro. Eu não tinha um script”, conta o cineasta e videoartista.
Sobre a premiação nas Nações Unidas, o diretor diz esperar que o reconhecimento fortaleça diferentes demandas sociais: “Não somente essas causas das (pessoas afetadas por) barragens em si, mas também da luta pelo meio ambiente. Todas as lutas que estão se fazendo hoje que são muito importantes. A demarcação das terras indígenas é muito importante. A questão do extrativismo e da mineração ilegal na Amazónia.”
O filme pode ser assistido gratuitamente no site ou se preferir aqui em baixo:
Rio de Lama foi a primeira parceria entre Tadeu Jungle e o Alana. Depois disso, criou-se a Junglebee que faz parte do AlanaLab (Núcleo de Negócios de Comunicação de Impacto Alana), onde estão juntos para imaginar e trabalhar para um mundo sustentável e justo.
Sobre a Junglebee
A Junglebee apresenta-se como uma produtora de Realidade Aumentada e Realidade Virtual. Desenvolvem histórias imersivas e criam soluções para os novos desafios da comunicação para empresas, instituições culturais e ONGs.
Esta produtora é realmente e interessante e merece a sua atenção. Mas o melhor é ler a sua missão nas suas próprias palavras: “O mundo vai mudar mais nas próximas duas décadas do que nos últimos três séculos e novas soluções em comunicação já são necessárias. Essa é nossa tarefa: pensar junto com quem quer fazer parte desta nova era que já é. Junglebee é parte do AlanaLab (Núcleo de Negócios de Comunicação de Impacto Alana) e a soma das experiências de seus três sócios: Marcos Nisti (Maria Farinha Filmes), Rawlinson Terrabuio (Beenoculus) e Tadeu Jungle.”
Quem é Tadeu Jungle?
Tadeu Jungle é um artista multimídia brasileiro com atuação nas áreas de fotografia, vídeo, instalações, poesia visual e Realidade Virtual, com uma carreira estabelecida como roteirista e diretor de cinema e TV.
Tornou-se nome de referência em extendend reality no Brasil com os lançamentos de Rio de Lama (2016), filme documentário que retrata a tragédia de Mariana, Fogo na Floresta, sobre um dia na aldeia dos índios Waurá (2017) e Ocupação Mauá (2018), que mostra a excelência em auto-gestão de uma comunidade de sem teto, de São Paulo. Todos filmados em Realidade Virtual.